sexta-feira, 24 de setembro de 2010

sangue
que corre
e dilata meus poros
sangra
a palavra
parida
quando minha poesia
te alcançar
aí então
terás
um pouco
de mim
sob a pele
ainda há vida
em mim
decididamente
não vivo
mais
sem
mim
hoje
amanheceste
em mim

e te exorciso
em versos
vai o tempo
e o vazio
da ausencia
preenche
meus dias
a dor
basta-se
a si mesma
há se estivesses
em mim
como eu em ti
seria plena
palavra
solta
voo
sem
volta
amanheço em mim
uma nova angustia
a cada dia
há sol
há carne
há dias
há noites
e do lado de lá?
em vão
busco-te
em mim
escancaro
minha poesia
que respinga
teu vazio
de vida