sexta-feira, 24 de setembro de 2010

sangue
que corre
e dilata meus poros
sangra
a palavra
parida
quando minha poesia
te alcançar
aí então
terás
um pouco
de mim
sob a pele
ainda há vida
em mim
decididamente
não vivo
mais
sem
mim
hoje
amanheceste
em mim

e te exorciso
em versos
vai o tempo
e o vazio
da ausencia
preenche
meus dias
a dor
basta-se
a si mesma
há se estivesses
em mim
como eu em ti
seria plena
palavra
solta
voo
sem
volta
amanheço em mim
uma nova angustia
a cada dia
há sol
há carne
há dias
há noites
e do lado de lá?
em vão
busco-te
em mim
escancaro
minha poesia
que respinga
teu vazio
de vida

domingo, 30 de maio de 2010

um dia...
sei que haverá
um tempo
e um silencio
urgente
e ele me bastará
para alsar voo
novamente
foste embora
e esqueceste
tua alma
na minha
a vida
ainda
vai
me
levar
a mim
quem sabe
assim
eu te arranque
e fim
querer-te
tamanha dor
conheceu
meu coração
nenhum amor
é tanto
é sempre
quanto
é sempre
pouco
é sempre
se...
o que não
queres
eu sei
é ver-te
em mim

o que eu
procuro
em vão...
se grito teu nome
e te vejo
por onde
vou

é apenas
saudade
de mim